Na tarde de 04 de agosto de 1868, depois de uma longa viagem de dois meses pelo Rio São Francisco, desde Minas, chegaram ao porto de Várzea Redonda os príncipes Luiz Augusto, esposo da princesa Leopoldina, e seu irmão Felipe. Tinham por objetivo conhecer as belezas da Cachoeira de Paulo Afonso, provavelmente influenciados pelos relatos do imperador, D. Pedro II, que a visitara em 1859.
Recebidos com todas as honras dispensadas à família real, à disposição deles já estava no porto uma cavalhada arreada, oferecida pela Companhia Militar Baiana. Descansaram dormindo no povoado e, no dia seguinte, às oito da manhã, seguiram para a cachoeira, onde chegaram na manhã do dia 06.
Sem perder tempo, seguiram a pé, com um guia, para observar a cachoeira pela frente. Pisando nos rochedos, em meio a precipícios e abismos, com suas botas de montaria, arriscaram-se descer até à Furna do Morcego. Depois, subiram até Angiquinhos para observar a deslumbrante caída das águas da grande cascata de Paulo Afonso.
Na volta, almoçaram em companhia do Major Calaça, do Povoado de Água Branca; do Dr. Tamarindo, Juiz de Direito da Comarca de Tacaratu; do Sr Manoel Francisco Dantas, da Várzea Redonda e de outros. Em seguida, partiram para o Porto de Piranhas, chegando no dia seguinte, pela manhã, para embarcar no vapor São Francisco, com destino a Penedo.
Segundo a imprensa da época, “desprendimento, coragem e elevado espírito humanitário foram as impressões deixadas pelos dois príncipes, que durante a viagem não se furtaram a distribuir ajuda aos necessitados que encontravam pelo caminho”.
Pesquisa: Paula Rubens
Fonte: JORNAL DE RECIFE (PE), edição 206, de 05.09.1868